Marketing Material Creator – o fim das micro Agências de Publicidade?

maio 30, 2008

Muitas micro e pequenas Agência de Publicidade tiram o seu sustento de panfletos regionais, flyers de festas, e na mais alta das probabilidades, um outdoor ali ou aqui.

Ganham dinheiro com isso porque, em geral, ou o cliente não tem um sobrinho de 12 anos que mexa no computador, ou porque é caprichoso e queira ver o mínimo de profissionalismo nas peças que exporão seu produto ou serviço.

Posso estar enganado, mas parece-me que este cenário sofrerá um pequeno abalo. Conheci ontem o BrandDoozie, um site que tem como promessa criar “material de marketing” em minutos, ou, como diz no site, “The Web Application that creates marketing materials in minutes“. Para isso, dispõem de ferramentas como criação de marca, construtor de logo, e um estoque enorme de fotos totalmente free.

Apesar de estar em vesão beta, o serviço está longe de ser mais um sitezinho Web 2.0. O sistema é perfeitamente funcional – e intimidante! Veja só a foto da área de trabalho pessoal abaixo:

Com vídeos explicativos e uma metodologia bem simples, só fica faltando uma versão em português do serviço para que ele deslanche aqui no Brasil – e tire a receita de muita agência por aí.

Tremei, mortais.


Credibilidade nos Jornais – A Morte da Mídia Tradicional

maio 28, 2008

Eu tenho assisitido ao declínio do jornalismo desde que a internet começou a substituir a mídia impressa e a televisão como principal provedor de notícias, e confesso que acompanhar a tudo isso nem sempre foi bom.

Mas hoje, a notícia do topo da CNN foi o fim da linha.

Esse é o título que resume a notícia pra quem, como eu, recebe as notícias sem imagens pelo leitos de feed:

Crianças de 6 anos são forçadas a trocar sexo por comida, diz organização

“Um garota pobre do Haiti consegue ganhar $2.80 e um pouco de chocolate”, disse ela à uma instituição de caridade européia. Tudo o que ela tem que fazer é fazer sexo com um agente humanitário. Sua história é mais uma das alegações de que soldados da ONU abusam de crianças.

Mas se você ler toda a notícia, você verá que não tem nada a ver com uma criança de 6 anos sendo estuprada, mas sim o seguinte:

Na reportagem “Ninguém para se transformar” uma garota de 15 anos do Haiti disse aos pesquisadores “Minhas amigas e eu estávamos andando pelo Palácio Nacional numa tarde, quando encontramos alguns agentes humanitários. Os homens nos chamaram e mostraram seus pênis.”

“Ele ofereceram-nos 100 gourdes haitianos (o que equivale a U$2.80) se nós praticássemos sexo oral. Eu disse ‘não’, mas uma das minhas amigas fez e pegou o dinheiro.”

Esse vai e vem de informações é tão cheio de erros que chega a ser grostesco. A história muda de “Agentes humanitários pagam para fazer sexo com adolescentes” para “Crianças de 6 anos são forçadas a trocar sexo por comida.”

O maior problema com as notícias serem disseminadas online é que não existe isolamento geográfico (como no caso da mídia impressa ou TV), o que significa que todos as redes locais competem uma contra a outra para ver quem tem mais leitores. Logo, as notícias começam a serem feitas para atraírem o máximo de audiência… e a maioria das pessoas se preocupa muito mais com a Vida de casal de Angelina Jolie e Brad Pitt do que com muitas pessoas que desapareceram da cidade de Darfur esta semana (30,000 cliques ao total).


Azul = Angelina Jolie, Vermelho = Darfur.

Os jornais não ajudam mais, e sim fabricam notícias.

Antigamente, os jornais tinham uma credibilidade inabalável. Editores morriam por isso. Mas hoje, até os mais respeitados dos jornais do planeta está entrando na moda, e dando fim a era das informações precisas e do bom jornalismo.

Eu não sou o primeiro a fazer esta reclamação e eu não tenho nenhuma conexão com o mundo jornalístico, exceto por algumas lembranças do passado, quando eu dirigia o jornal do colégio.

Eu entendo que os jornais são um negócio e para darem lucro, não raramente devem ser guiados por publicidade. Eu também entendo que os jornais são uma força maior e que podem até manter o governo sob suspeitas através da disseminação da informação. Mas com todos esses artigos sensacionalistas, chamadas inapropriadas, eles simplesmente estão jogando toda a sua credibilidade fora em troca de diggs. Estão renunciando a tudo que construíram em troca de dinheiro – afinal, alguém tem que lucrar.
Original, em inglês: http://a.viary.com/bizblog/posts/the-death-of-news-credibility


Você Escolhe? Sei…

maio 19, 2008

Esse post é digno do blog Tá Difícil, rsrs.

Recentemente, a JetBlue (Linha aérea de baixo custo americana) chegou ao Brasil, e lançou um concurso bem interessante, onde os internautas escolhiam o nome da empresa, e caso alguém ganhasse, teria viagens gratuitas vitalícias.

Promoções à parte, houve quem disse que o nome já havia sido escolhido pela empresa, e tantas outras reclamações, como o post do SimViral revelando os ‘asteriscos’ da campanha. Nesse meio, houve quem não só participou da brincadeira, como também quis garantir uma vaguinha na empresa, uma vez que o site promocional da campanha tinha o link “TRABALHE CONOSCO“.

Muitos amigos meus mandaram seus currículos, em PDF, Word…e nenhuma resposta. Como eu vivo num meio aeroviário, acredite, foram muitos amigos mesmo que mandaram currículo.

Pensei comigo mesmo: “Poxa, nem um e-mail de resposta? ‘Obrigado por mandar seu currículo, blá blá blá…”. Não, nem isso. Não à toa, eu mesmo me inscrevi para trabalhar lá, e pude conferir a ausência da resposta.

Isso foi no início de Abril. Estamos quase no fim de Maio.

Curioso, usei um plugin do Firefox chamado Tamper Data, que nada mais faz do que ‘interceptar’ para onde as informações estão indo, quando você aperta algum botão do tipo ‘Submit’. Fiz isso porque queria saber que dados eram mandados para a empresa, quando mandávamos o currículo.

Não vou entrar em detalhes de como o plugin funciona, mas enfim, mediante o Submit, tive acesso ao post-data, que era assim:

“—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”__EVENTTARGET”\r\n\r\nctl00$ContentPlaceHolder1$btnEnviar\r\n—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”__EVENTARGUMENT”\r\n\r\n\r\n—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”__VIEWSTATE”\r\n\r\n/wEPDwULLTE3NjY5MDE3MjQPZBYCZg9kFgICAw8WAh4HZW5jdHlwZQUTbXVsdGlwYXJ0L2Zvcm0tZGF0YWRkKlmNDm/Xbp1Eqhw9cV9+aSV+h6A=\r\n—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”ctl00$ContentPlaceHolder1$txtName”\r\n\r\n\r\n—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”ctl00$ContentPlaceHolder1$txtEmail”\r\n\r\n\r\n—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”ctl00$ContentPlaceHolder1$ddlCargo”\r\n\r\naeroviarios@voceescolhe.com.br\r\n—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”ctl00$ContentPlaceHolder1$txtMensagem”\r\n\r\n\r\n—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”ctl00$ContentPlaceHolder1$flpCurricuo”; filename=””\r\nContent-Type: application/octet-stream\r\n\r\n\r\n—————————–9782243925708\r\nContent-Disposition: form-data; name=”__EVENTVALIDATION”\r\n\r\n/wEWEAKIyu6ECwK0w7i7DQLUnp3xAQKJuPLFBwLq75KvDQLeoKz0BgKa4MPpBgL8zNvVCgLk6q7tBQLU3PKxAgKAgPmCBAKhiKXsAwLGmPD0DQKx/cn5DgLlm5+HBAL7veumAWfRGpaak4oqkzctTj11xof7Bfea\r\n—————————–9782243925708–\r\n”

Nada de mais, e até mesmo podemos ver (em destaque) um e-mail onde os currículos eram mandados. Para cada função, existia um e-mail, por exemplo, “pilotos@voceescolhe.com.br”, “comissarios@”, e por aí vai.

Ainda não satisfeito, resolvi mandar um e-mail para um desses endereços, esperando alguma resposta.

Dia 17 desse mês, mandei um. A resposta veio em segundos:

“Ok”, pensei eu. Deve ser alguma configuração que só permita mandar e-mails pelo site.

Deixei passar…aí então me veio a mente que essa configuração é quase uma fantasia tecnológica, e dificilmente existe. Hoje, tentei de novo e a mesma coisa…

Porém, só hoje fui atentar ao pequeno anexo que vem no e-mail do Delivery Status. Cliquei. E…

Que empresa de respeito, hã? Ainda bem que eu não escolhi isso…

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Dedicado ao Pedro Vanzella, que hoje criou um post que me motivou a abrir a boca também. Estamos na era do Bloguismo Investigativo 😛